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Comportamento do jovem diante da vida é o principal desafio para especialista em trânsito

Publicado em 15 de set de 2016 às 15:58

Análise da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PENSE) 2015 mobilizou debates durante o IV Open Fórum Trânsito e Transformação

A mais nova Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (PENSE) 2015, divulgada no final de agosto pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou que 10,4% dos alunos do 9º ano escolar no Brasil (com idade entre 14 e 15 anos) já usaram drogas, 18,4% já fumaram e 55,5% já experimentaram bebidas alcoólicas. O índice do consumo de bebidas sobe para 73% entre os alunos do primeiro ano do Ensino Médio, com idade entre 16 e 17 anos.

Esses e outros dados relevantes sobre o comportamento do adolescente e do jovem brasileiro foram apresentados pelo sociólogo Eduardo Biavati, especialista em educação e segurança no trânsito, no IV Open Fórum Trânsito e Transformação, realizado na última segunda-feira, em Curitiba. Realizado pela Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), em parceria com o Centro Internacional de Formação de Atores Locais para América Latina (Cifal Curitiba), Instituto Renault e Ecovia Caminho do Mar, o evento reuniu especialistas em trânsito de vários órgãos, empresas e entidades para debater o tema “Álcool e Direção: um problema de saúde pública?”.

“Um jovem que tem esse tipo de comportamento em relação ao álcool e as drogas, quando sai de uma balada, vai cuidar de usar cinto e não dirigir? Claro que não! Esse mesmo jovem está tem relações sexuais sem proteção também. Eles não estão nem aí para os perigos da vida. Eles querem aproveitar o momento, a conexão, a vibe. Nós, que lidamos com o trânsito, precisamos encontrar novas maneiras de nos comunicar com esse público para tentar influenciar no comportamento deles diante da vida e não apenas dentro do carro”, sentenciou Biavati.

O sociólogo destacou, ainda, que o mesmo jovem que está bebendo e consumindo drogas cada vez mais cedo, também está dirigindo cada vez mais cedo. A PENSE 2015 mostrou que 32,4% dos escolares com idade entre 14 e 15 anos já dirigem e usam os carros dos pais e amigos, o que aumenta a imprudência e os riscos para essa população.

A PENSE 2015 entrevistou 102.301 alunos do 9º ano escolar de 3.040 escolas públicas e particulares de todo o Brasil. O levantamento apontou onde os adolescentes e jovens menores que consomem bebidas conseguem acesso ao álcool: 43,8% em festas, 17,8% de amigos, 14,4% em mercados e bares e 9,4% em casa. Biavati associou esses dados com a pesquisa Unifesp/Cebrid 2013 (Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas), que analisou os comportamentos de risco dos jovens sob efeito de álcool nas baladas: 47% mantiveram relações sexuais alcoolizados, sendo que 20% não usou preservativos; 27% dirigiram alcoolizados e 57% pegaram carona com alguém embriagado; e 38% nem se lembram o que aconteceu na noite anterior.

Diante desses dados, os especialistas que participaram da quarta edição do Open Fórum Trânsito e Transformação voltaram para casa com o desafio de atuar não apenas no trânsito, mas influenciar o modo de vida das pessoas, para desenvolver a cultura do cuidado consigo mesmas e com os outros. “Não é tarefa fácil, mas temos que tentar”, enfatizou Biavati.

O fórum contou, ainda, com as participações do juiz Augusto Gluszczak Júnior, idealizador e coordenador do projeto social “Justiça e Sobriedade no Trânsito”, que visa conscientizar motoristas que foram flagrados dirigindo embriagado, e do médico Dirceu Rodrigues Alves Júnior, diretor do Departamento de Medicina Ocupacional da Associação Brasileira de medicina de Tráfego (Abramet), além de Caique Ferreira, diretor de Comunicação da Renault do Brasil.